O cancro de pele
São as células da pele que são responsáveis pela constituição do tecido cutâneo. O normal é ocorrer um processo chamado de regeneração celular, onde as células das várias camadas da pele crescem e dividem-se em novas células, que são formadas à medida em que vão sendo necessárias. Estas células normais da pele morrem naturalmente quando envelhecem ou são danificadas. Quando as células perdem este mecanismo de controlo e sofrem alterações no seu genoma (DNA), resultando numa perturbação do normal ciclo da vida celular, tornam-se células de cancro, que não morrem quando envelhecem ou se danificam, e produzem novas células, que não são necessárias, de forma descontrolada, resultando na formação de um cancro, no caso, tumores benignos ou malignos, podendo estes ocorrer em diferentes camadas da pele.
Existem vários tipos de cancro da pele, todavia, os mais frequentes, que correspondem a 97% de todos os casos, consideram-se três tipos principais.
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Carcinoma basocelular (65%)
O carcinoma basocelular (CBC) é o tipo mais comum de cancro de pele, com cerca de 65% dos casos, e tem como células percursoras as células basais da epiderme, camada superior da pele. Estes carcinomas desenvolvem-se geralmente em áreas da pele que são mais expostas ao sol, como a cabeça ou o pescoço, e crescem de forma lenta, o que facilita a sua deteção em fases iniciais do seu crescimento. Contudo, também podem surgir em regiões como o tronco, braços e pernas, entre outros. Este tipo de cancro de pele, se não for tratado atempadamente, pode recidivar e ser bastante invasivo e destrutivo. Existem vários tipos de carcinoma basocelular, como o nodular, o infiltrativo, o superficial e o pigmentado.
Carcinoma espinocelular (25%)
O carcinoma espinocelular (CEC) é a segunda forma mais frequente de cancro de pele, com cerca de 25% dos casos, e tem como células percursoras as células escamosas da epiderme (tradução do inglês "squamous cell carcinoma"). Este tipo de cancro de pele surge frequentemente em áreas da pele mais expostas ao sol, como a cabeça, braços ou pernas, mas também se pode desenvolver em áreas do corpo menos expostasa zona dos genitais, ânus, boca, garganta, ou no revestimento de órgãos como o esófago ou pulmão, embora nestes locais os fatores de risco sejam diferentes (HPV, álcool, tabaco, entre outros). Este é um tipo de carcinoma mais agressivo que o baso-celular, e pode, em fases mais avançadas, metastizar para os gânglios linfáticos e atingir outros órgãos.
Melanoma e Melanoma maligno (7 a 8%)
O melanoma é a forma mais maligna de cancro da pele, mas também é o tipo de cancro de pele mais raro, fazendo parte de 7% a 8% dos casos diagnosticados. Este tipo de cancro de pele é considerado o tipo mais perigoso de cancro de pele porque tem tendência para metastizar precocemente se não for detectado e tratado corretamente nos estágios iniciais, isto é, de se espalhar para outros órgãos rapidamente. Estes tumores têm como células percursoras os melanócitos, que são as células produtoras de melanina, responsáveis pela produção do pigmento cutâneo. Este tipo de cancro está associado à exposição solar aguda e intermitente, e também a antecedentes de queimaduras solares na infância, bem como a fatores genéticos. Os melanomas desenvolvem-se mais frequentemente em zonas da pele onde há mais exposição solar, contudo, também podem aparecer na zona dos olhos, no nariz, garganta ou intestinos.
Fatores de risco
Existem inúmeros fatores de risco que podem estar na origem das mutações do ADN das células na pele:
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Pele clara - Qualquer pessoa, independentemente da cor da pele, pode desenvolver um cancro da pele. Contudo, ter menos pigmento, também chamado de melanina, na pele fornece menos proteção contra a radiação UV prejudicial;
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Histórico de queimaduras solares - Ter tido uma ou mais queimaduras solares graves, chamados de escaldões, durante a infância ou adolescência, aumenta o risco de desenvolver cancro de pele quando em adulto. Queimaduras solares na idade adulta também são um grande fator de risco;
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Exposição excessiva ao sol / radiação UV - Qualquer pessoa que tenha o hábito de passar muito tempo ao sol pode desenvolver cancro de pele, especialmente se a mesma não está protegida com protetor solar ou roupas;
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Hereditariedade (genética) - Ter histórico na família de cancro da pele pode aumentar o risco de desenvolvimento da doença;
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Sistema imunitário enfraquecido - Pessoas que tenham o sistema imunitário enfraquecidos possuem um maior risco de desenvolver cancro de pele.
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Exposição a determinadas substâncias - A exposição a determinadas substâncias, como o arsénio, pode aumentar o risco de cancro da pele;
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Exposição UV em Solários - A exposição em solários, fontes artificiais de radiação UV, pode aumentar a probabilidade de desenvolver cancro de pele;
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Entre outros.
Prevenir o cancro de pele
Existem diversas formas de poder prevenir o cancro de pele. Por muito que um dos fatores de risco seja a genética, existem alguns fatores de risco a ter em atenção.
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Permanecer na sombra - ficar na sombra é a melhor forma de evitar os raios UV quando ao ar livre;
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Vestir roupas para proteger a pele - roupa de manga comprida, calças e chapéus com abas ajudam a evitar a exposição solar;
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Usar protetor solar - com fator protetor (SPF) de 30 ou mais, como de 50, reforçando a aplicação do protetor se transpirar ou depois de cada banho. Usar protetor solar todos os dias é a principal forma de prevenir um cancro de pele;
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Usar um protetor labial - ou um creme com protetor solar de amplo espetro para também proteger os lábios.
É dito que o método mais eficaz de prevenir o cancro de pele é evitar o sol. De facto, a longa exposição solar e histórico de queimaduras solares é um dos fatores de risco para o desenvolvimento de um cancro de pele. Estas queimaduras não só provocam o envelhecimento da pele, como criam manchas e aumentam a chance de desenvolver melanoma, o cancro de pele mais mortal. De facto, maioria daqueles diagnosticados com melanoma têm antecedentes de queimaduras solares na infância.
Contudo, a exposição à luz solar com moderação é, sem dúvida, benéfica. Além do efeito psicológico, a exposição solar é essencial para a sintetização da vitamina D na pele. A vitamina D promove a saúde das articulações e ossos, e também tem sido associada com a prevenção de certos tipos de cancro e doenças autoimunes. Uma pessoa saudável necessita de cerca de 5 a 15 minutos de exposição solar por dia para produzir uma quantidade suficiente de vitamina D. Contudo, os tempos de exposição necessários aumentam para peles mais escuras.
Fontes: Cuf, Saúde Bem-estar, Lusíadas, Tua Saúde