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Cientistas descobrem possível terapia para o melanoma. O segredo são as células estaminais

Foto do escritor: anacatarinaressanacatarinaress

As células estaminais, quando aplicadas sobre o melanoma, tiveram a capacidade de desacelerar a metastização dos tumores. D.R. / BebéVida
As células estaminais, quando aplicadas sobre o melanoma, tiveram a capacidade de desacelerar a metastização dos tumores. D.R. / BebéVida

O banco de células BebéVida, juntamente com a Escola Superior do Politécnico do Porto, aplicaram o tratamento num grande número de tumores e acreditam que podem ter descoberto uma possível linha de cura.


É “o pontapé de saída” para que no futuro haja  uma terapia concreta para combater o melanoma - um tipo de cancro de pele que tem origem nas células produtora de pigmentos, os melanócitos. Tudo graças às células estaminais (que estão presentes no tecido e no sangue do cordão umbilical). A investigação, feita pela BebéVida (um banco de células estaminais) e o Centro de Investigação em Saúde Translacional e Biotecnologia Médica da Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto (TBIO), focou-se no uso deste tipo de células aplicando-as ao melanoma, e os resultados foram promissores, com os tumores a viverem durante menos tempo do que sem este tratamento.


Ouvida pelo DN, a diretora técnica de investigação e desenvolvimento da BebéVida explica que “ainda vai demorar a que os resultados se tornem efetivamente numa terapia”. “É o pontapé de saída para algo do qual, no futuro, esperamos vir a colher frutos. O que se fez foi um estudo primário, de ciência básica e preliminar. É importante deixar isso claro, porque não é algo que se possa aplicar já nas pessoas”, explica Andreia Gomes. O que os investigadores fizeram foi “testar os fatores que são produzidos e libertados pelas células estaminais do tecido do cordão umbilical”, aplicando-os depois a “células provenientes de melanoma maligno, para saber qual o efeito que estas células teriam.


O que se verificou foi que há, de facto, uma redução da viabilidade do número de células vivas de melanoma”. Resumindo: “É como se matassem as células, diminuindo também a sua multiplicação e a sua capacidade de multipillidade, ou seja, de migração, que pode ser um fator inerente à metastização.” Isto significa que é possível “inferir que pode também haver uma capacidade de diminuir a metastização”. Estes resultados “acabam por ser muito otimistas. Há agora uma direção no sentido de tornar estas células [de melanoma] em antitumorais.”


Caso o tratamento se revele eficaz, isto pode significar um avanço significativo no tratamento do melanoma, “que atualmente se revela muito pouco eficaz”, diz Andreia Gomes.

Não conseguindo especificar quantas células ao certo foram utilizadas neste ensaio, devido ao número “muito grande”, a investigadora explica que a observação foi feita “ao longo de um ano”. “Foram estudados vários fatores, várias condições. A aplicação das células per se é feita durante 24 horas”. Ou seja, durante um dia, os investigadores foram colocando as células estaminais em cima do melanoma. Depois, avaliaram os efeitos “em fatores funcionais ou características funcionais que são muito importantes para perceber se as células estaminais poderiam ter efeitos antitumorais ou não”.


Possível terapia com resultados noutros cancros


A escolha das células estaminais não foi ao acaso. Nos últimos anos, a ciência tem procurado perceber como podem estas células atuar noutros cancros e noutras doenças, tendo chegado a resultados positivos. No caso do cancro da próstata, o efeito é consistente com aquilo que se verificou também no melanoma. “Isto já foi visto nesse caso”, podendo, também, ajudar “em casos de cancro mais avançados”, como o caso do melanoma. “Estas células são proveniente de linhas solares, já metastizadas, ou seja, a parte mais avançada. Realmente, parece haver algo que indica que as células estaminais têm capacidade de parar, ou estagnar, o avanço dos tumores”, afirma a investigadora. No entanto, neste caso concreto, ainda há vários fatores a serem estudados, como explica a investigadora: “Ainda é necessária uma bateria de estudos para avaliar quais são os mecanismos, do porquê disto acontecer, como aplicar e, depois, as questões de segurança.” 


Porquê as células estaminais?


Este tipo de células é cada vez mais usado em investigação para tentar encontrar cura para doenças. Isto acontece porque as células estaminais são pluripotentes, tendo uma enorme versatilidade para se adaptarem. Esse fator permite que, se forem preservadas, sirvam como cura para algumas doenças, uma vez que têm a capacidade de se adaptar e autorrenovar indefinidamente. Assim, passa a ser possível reparar tecidos danificados ou a tratar doenças que resultem de uma disfunção celular. Há uma grande expectativa em relação ao impacto de terapias com células estaminais, nomeadamente em doenças como o Parkinson ou o Alzheimer.


Uma notícia de Diário de Notícias

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